sábado, 24 de julho de 2010

Filha do abrigo

Vamos falar de nós estranhos
Da fumaça que exala nosso pranto
Nosso fogo/ chaga /espanto

Vamos lembrar da poesia
Sem afugentá-la
Sem ter que andar
Sandálias/pés descalços
Em despedida
E desprendida fala antiga
A poesia é filha de quem me abriga

(12-12-03)

Não lembro

Já não sei se terça, ou se sexta
Mas esqueça
O olhar em nós calado
Cheio de tristeza
Esqueça.

(11-02-03)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Poemas

De vez em quando, de hoje em diante, vou postar alguns poemas da velha safra.
São poemas que refletem um momento profícuo, embora eu tenha sinceras restrições estéticas em relação à maioria deles. De qualquer forma, está escrito...

Fórceps

Transformado em arte
Tudo o que não esquecemos
Transformado em parte
O todo
O mundo que fomos a dois
O sonho precoce que precipitou o aborto
Sob os olhares secretos e apaixonados
Da realidade estéril
O desejo inquieto de uma revolução que tarda
Com as mãos atadas
Diante de um precipício

(26-04-03)