terça-feira, 9 de novembro de 2010

O livro do Frei Pacífico



Escrever um livro, ter filhos, plantar árvores. Se o velho jargão estiver certo, Frei Pacífico tem tudo para se perpetuar no tempo. Não lhe falta mais nada. Ele reflorestou uma ilha inteirinha, teve quatro filhos e agora está prestes a lançar um livro. Isso sem falar em suas esculturas, belíssimas, que lhe garantem grande visibilidade. É bem verdade que quando falamos de criadores sempre podemos esperar mais. Afinal, para eles sempre há algo novo a ser feito (ainda bem).

Mas é isso: Frei Pacífico, ou Antonio Augusto Sobrinho, vai lançar um livro na próxima segunda-feira, no dia da Proclamação da República Brasileira, a nação que quase sempre esteve de costas para a causa indígena. Ironias do destino à parte, o que importa mesmo é que o livro finalmente será publicado (está pronto há meses) - e nada melhor do que lançá-lo na semana em que comemoramos o aniversário de Guaíra (14 de novembro). O resto, como dizem, é resto. E ponto final.

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O seguinte artigo foi publicado na página oficial do município. Revisei meu texto e esta é, digamos, a versão definitiva.

Frei Pacífico lança seu primeiro livro segunda-feira (15) no Buffet Neotte
Autor desenvolve uma narrativa que combina ficção, biografia e história

O escultor, ambientalista e pesquisador Antonio Augusto Sobrinho (75) lança seu primeiro livro na próxima segunda-feira (15), às 20h, no Buffet Neotte. Frei Pacífico, como é conhecido, tornou-se um dos mais respeitados artistas locais e mantém um ateliê em sua residência desde os anos 80, quando começou a criar esculturas que mesclam o universo da cultura judaico-cristã com a guarani. O ex-frade franciscano, encantado com a cultura dos índios, mergulhou fundo na pesquisa sobre os costumes étnicos desta que é uma das raízes identitárias do Brasil.

Dessa paixão nasce também o livro “Histórias da Região Del Guahyrá, Lendas e Vida de Frei Pacífico”. A obra tem 186 páginas e, como o título sugere, aborda temas e histórias da região do Guahyrá. Mas não apenas. O autor desenvolve o livro com textos que combinam ficção, biografia e história da América.

Lacunas

Autodidata, Frei Pacífico logo percebeu que sua atuação poderia ter grande valor no cenário regional. “Guaíra tem uma história riquíssima, mas ainda pouco explorada. Parece que durante muito tempo as pessoas não deram muito valor a essa questão e se concentraram somente - e de maneira por vezes idealizada - na história recente, que versa sobre colonização da Companhia Mate Larangeira. Esse silêncio todo me motivou, de certa forma”, afirma.

Se dessas lacunas brotou a inspiração para criar uma obra singular nas artes plásticas, a vontade de escrever um livro cresceu por intermédio do entusiasmo de dois amigos, que o aconselharam a desenvolver uma narrativa. “Comecei escrevendo algo sobre as Reduções Jesuíticas e sobre a fundação da Ciudad Real del Guahyrá para dar sustentação ao livro. Logo depois me veio a ideia de escrever a lenda da Ilha das Moças e a lenda sobre a união entre a tribos Tupi e Guarani”, diz.

A obra

O livro que agora chega ao mercado é fruto de décadas de pesquisa e dedicação do ex-frei que abandonou a batina e se casou com Suely Mendanha em 1979, quatro anos após desembarcar em Guaíra. O pernambucano nascido em Bom Conselho no ano de 1935 se concentra nos “altos e baixos da região do Guahyrá”, narra seu esforço na preservação da Ilha São Francisco, focaliza a história da colonização e formação do município e ainda explora a origem dos nomes das principais ilhas do Rio Paraná. De quebra, brinda os leitores com dois contos fictícios e comentários sobre a saga do aventureiro Aleixo Garcia, primeiro homem branco a relatar suas experiências na região do Guahyrá. Imperdível.

5 Comentários:

Blogger DOM disse...

Que bacana! Tenho que comprar um exemplar! Hein, e quado sai o seu?

9 de novembro de 2010 às 15:57  
Blogger Cristian Aguazo disse...

Boa pergunta!

9 de novembro de 2010 às 16:01  
Blogger Unknown disse...

Ahahhaha
Muito bem Dom
É chirá. Tá marcando.

A aprensentação do livro ficou bem massa Cristian. Você conseguiu instigar até o leitor mais preguiçoso pra ler, tipo eu.

Quero meu. Tão vendendo onde?

14 de novembro de 2010 às 06:30  
Blogger Unknown disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

14 de novembro de 2010 às 06:30  
Blogger Cristian Aguazo disse...

Que bom que gostou, Pati. Sempre bom poder ler seus comentários.
Quanto ao livro do Pacífico, ele tem exemplares na casa dele. É só pintar em Guaíra, uai!

15 de novembro de 2010 às 16:49  

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