Nostalgia é piegas até que se prove o contrário
Nós saímos para brincar nos fins de semana e às vezes não nos damos conta de que nada é brincadeira (mesmo quando é).
Nós, humanos, vamos dando sentido a coisas que talvez não tenham sentido. Desde que o mundo é mundo é assim.
Nós saímos para brincar, simplesmente - e brincadeiras não requerem maiores elucubrações. Nós só saímos pra brincar com os amigos. Nós saímos.
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Nós também recebemos os amigos em casa de vez em quando. E isso, por mais banal que pareça, não é brincadeira. Repara. Nós demoramos a valorizar isso como momentos únicos, mesmo que saibamos no fundo no fundo que eles sejam.
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Há quase duas semanas recebi em casa meu amigo Dudu (o músico e candidato a assistente social Pedro Eduardo Cândia) e, de quebra, amigos que eu não via há tempos apareceram. Celebração ou não, os amigos que estão em outras cidades - e ficaram sabendo - ligaram perguntando como foi o reencontro. É nessas horas que você ouve clichês certeiros como a música Wish You Were Here. E aí você fica pensando no tempo em que andávamos em bando de quinze ou de vinte. Ou em caminhadas a dois ou três.
Mas mesmo assim você não pára pra pensar que a brincadeira é mais que brincadeira e que vamos delineando dessa forma , nós também, um pouco da história. Da história de uma turma, de uma fatia da cidade... a nossa história.
E de repente você fica de novo com um baita vazio, porque os amigos se vão e nós vamos embora também. Afinal, já é tarde e amanhã seguiremos, feito bois, direto para outras noitadas de brincadeira. Ou para os sisudos dias de trabalho.Ou até, quem sabe, direto para os braços da saudade, essa palavra piegas que ultimamente tem sido nossa namorada de fim de noite.
Não é brincadeira, não. Talvez a gente comece a entender.
A gente começa a entender.