quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nostalgia é piegas até que se prove o contrário

Você demora a entender e é bom que entendamos um dia.
Nós saímos para brincar nos fins de semana e às vezes não nos damos conta de que nada é brincadeira (mesmo quando é).
Nós, humanos, vamos dando sentido a coisas que talvez não tenham sentido. Desde que o mundo é mundo é assim.

Nós saímos para brincar, simplesmente - e brincadeiras não requerem maiores elucubrações. Nós só saímos pra brincar com os amigos. Nós saímos.
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Nós também recebemos os amigos em casa de vez em quando. E isso, por mais banal que pareça, não é brincadeira. Repara. Nós demoramos a valorizar isso como momentos únicos, mesmo que saibamos no fundo no fundo que eles sejam.

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Há quase duas semanas recebi em casa meu amigo Dudu (o músico e candidato a assistente social Pedro Eduardo Cândia) e, de quebra, amigos que eu não via há tempos apareceram. Celebração ou não, os amigos que estão em outras cidades - e ficaram sabendo - ligaram perguntando como foi o reencontro. É nessas horas que você ouve clichês certeiros como a música Wish You Were Here. E aí você fica pensando no tempo em que andávamos em bando de quinze ou de vinte. Ou em caminhadas a dois ou três.

Mas mesmo assim você não pára pra pensar que a brincadeira é mais que brincadeira e que vamos delineando dessa forma , nós também, um pouco da história. Da história de uma turma, de uma fatia da cidade... a nossa história.

E de repente você fica de novo com um baita vazio, porque os amigos se vão e nós vamos embora também. Afinal, já é tarde e amanhã seguiremos, feito bois, direto para outras noitadas de brincadeira. Ou para os sisudos dias de trabalho.Ou até, quem sabe, direto para os braços da saudade, essa palavra piegas que ultimamente tem sido nossa namorada de fim de noite.

Não é brincadeira, não. Talvez a gente comece a entender.
A gente começa a entender.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Por amor às causas perdidas

Acho que sempre fui fascinado pelas causas perdidas (ou quase), pelas histórias de vida das pessoas que ninguém dá muita bola. Eu gosto de vislumbrar o lado humano dos mitos, a figura do looser, o cidadão comum. Ignoro as babaquices do mundo das celebridades. Sei lá, me parece “mais realista” ler o mundo por esse prisma, embora essas leituras nem sempre sejam agradáveis. C’est la vie, Charlie Brown. Habituei-me a compreender os inconformados, digamos assim. E é por muitos deles (inconformados) que tenho volvido meus olhos com sincera admiração.
Sempre tive ojeriza à arrogância superficial dos que “vencem na vida” e sempre fui simpático às bandeiras dos “injustiçados”. Tudo bem que nada é assim preto no branco, o Bem versus o Mal. Não há heróis e nem mocinhos. Não existe vilão 100% integral. Mas eu prefiro os mais a la izquierda, comprendes? Meio romântico isso, até. Mas é isso mesmo. Eu não sei quando aconteceu nem qual foi o motivo que tive para atravessar essa ponte, mas asseguro: não há volta. Quem possui essa chama de “rebeldia” (essa tendência para caminhar na contramão das convenções) não se incendeia por acaso e não se vende na primeira esquina. Se a ilha não se curva, tampouco o vento derruba o bambuzal. E tem mais: creio que essa capacidade de “desafinar o coro dos contentes’ ou “afinar o coro dos descontentes” é "pura dialética". E é, sobretudo, fundamental. Saudável, talvez.
Nem sei por que estou escrevendo essas coisas, mas leia esse texto:

“A paixão, como a poesia, não tem muito sentido num mundo regido cada vez mais por valores como Mercado e Sucesso. Pois a paixão não é um valor: ela é um bem, um talento, uma espécie de reserva ecológica da sensibilidade. Em nossos dias, a paixão virou artigo de luxo. A arte de padecer por um amor está se tornando tão exótica quanto a poesia, uma arte mais e mais restrita a iniciados, como o foram a falconaria, a numismática, a filatelia. Pois para o que serve esse negócio que nos acossa, nos deixa em estado de transe, de sítio, de alerta, de poesia? Nesses nossos dias velozes e superficiais, ninguém parece ter mais tempo para o tempo que a paixão exige. O mundo deveria se adaptar à paixão, e não o contrário”.

Bonito isso, né? Eu li no blog do Rodrigo Garcia Lopes, jornalista e poeta londrinense que conheci recentemente - lá em Londrina -, que é muito amigo de um grande amigo meu (o Carlinhos Loyolla) e que tem um blog chamado Estúdio Realidade. Rodrigo também edita a revista literária Coyote e tem vários livros lançados. Taí a dica.
E tudo isso por amor às causas perdidas. Perdidas?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Festa é bom para reencontrar amigos

E o mês de abril se fue. Foi um mês cheio de atividades e de muito marasmo também. Estamos em maio. E maio começou com a Festa das Nações rolando solta em Guaíra. E por falar na festa, ela transcorreu bem tranquilinha, sem maiores problemas. Pra ser sincero, não sou muito de festas assim muito grandes. Aliás, confesso, o melhor dessas festas é mesmo o reencontro com amigos, colegas e aqueles que só conhecemos de vista - mas nunca vemos na cidade. Guaíra anda meio estranha, parece que a gente não conhece mais ninguém, mas talvez isso seja só a renovação natural das coisas. De qualquer forma, na festa deu pra rever muita gente. E deu pra prosear à vontade com os velhos amigos de sempre, quase sempre plantados em frente a Barraca Alemã. Coisas que só o chopp faz você fazer.

Pois bem, do primeiro dia, de muita labuta, por sinal, lembro do Nader e sua indefectível câmera, tentando captar instantes mais ou menos históricos. E lembro do Gordinho (Alessandro) dançando sertanejo (e ele não gosta de música sertaneja), num típico arroubo etílico da madrugada. E lembro também do João Ricardo com seu constante espírito de festa.

Na sexta me lembro de ter reencontrado Franciele Scatolin, amiga das antigas.

No sábado, fui ao festerê com a Jéssica e a Natália. Lá encontramos Fábio Valente, o bluesman guairense, Bill “Mãos de Bateria” e o Bene e a Alice, o casal mais silencioso da paróquia. E lembro de ter revisto a Naíra, que eu nem sabia que tinha vindo a Guaíra. E de mais não lembro porque a bebida era cara, mas a gente a encarou mesmo assim.

Aos amigos que esqueci de citar, perdón. Da próxima vez eu anoto, eu juro.