quarta-feira, 29 de junho de 2011

Depois da chuva (quase 9 anos depois)

No dia 21 de novembro de 2002 eu acordei meio down. Sei lá por qual razão. Lembro que o dia estava ensolarado, como em qualquer novembro guairense, peguei o meu copo de chá, um pedaço de pão e fui para a sala. Liguei o som. Opções: centenas de fitas dos mais variados gêneros. E então eu vi a minha "fitinha da Landell" (única loja que vende discos na cidade) do John Coltrane. E nesse momento nasceu um poeminha despretensioso, um dos meus preferidos (acho que a minha irmã Lara gosta muito dele também). Não foi pensado para ser um haicai e tampouco me preocupa classificá-lo. Depois desses três versos eu simplesmente não tinha mais o que dizer. Isso era o resumo de tudo. O abre-alas do dia, o meu café da manhã de corpo e alma. Pensando assim - e escrevendo isso tudo - parece bem piegas, clichê e tal. Mas não foi Machado de Assis que disse que existem "vulgaridades sublimes"?

Pouco importa. Só sei que continuo gostando desse poema. E é ele que me faz lembrar do dia que meu café da manhã foi composto de pão, chá, lágrimas e música. Aliás, também continuo achando essa música (After the rain)uma beleza. Era ela que silenciava o Sarau Personalidades e que o Minhocão e o Diego Prado ouviam quase meditando. Vale a pena apreciar.

Café da manhã

Pão, chá e lágrimas
After the rain
John Coltrane