Por amor às causas perdidas
Acho que sempre fui fascinado pelas causas perdidas (ou quase), pelas histórias de vida das pessoas que ninguém dá muita bola. Eu gosto de vislumbrar o lado humano dos mitos, a figura do looser, o cidadão comum. Ignoro as babaquices do mundo das celebridades. Sei lá, me parece “mais realista” ler o mundo por esse prisma, embora essas leituras nem sempre sejam agradáveis. C’est la vie, Charlie Brown. Habituei-me a compreender os inconformados, digamos assim. E é por muitos deles (inconformados) que tenho volvido meus olhos com sincera admiração.
Sempre tive ojeriza à arrogância superficial dos que “vencem na vida” e sempre fui simpático às bandeiras dos “injustiçados”. Tudo bem que nada é assim preto no branco, o Bem versus o Mal. Não há heróis e nem mocinhos. Não existe vilão 100% integral. Mas eu prefiro os mais a la izquierda, comprendes? Meio romântico isso, até. Mas é isso mesmo. Eu não sei quando aconteceu nem qual foi o motivo que tive para atravessar essa ponte, mas asseguro: não há volta. Quem possui essa chama de “rebeldia” (essa tendência para caminhar na contramão das convenções) não se incendeia por acaso e não se vende na primeira esquina. Se a ilha não se curva, tampouco o vento derruba o bambuzal. E tem mais: creio que essa capacidade de “desafinar o coro dos contentes’ ou “afinar o coro dos descontentes” é "pura dialética". E é, sobretudo, fundamental. Saudável, talvez.
Nem sei por que estou escrevendo essas coisas, mas leia esse texto:
“A paixão, como a poesia, não tem muito sentido num mundo regido cada vez mais por valores como Mercado e Sucesso. Pois a paixão não é um valor: ela é um bem, um talento, uma espécie de reserva ecológica da sensibilidade. Em nossos dias, a paixão virou artigo de luxo. A arte de padecer por um amor está se tornando tão exótica quanto a poesia, uma arte mais e mais restrita a iniciados, como o foram a falconaria, a numismática, a filatelia. Pois para o que serve esse negócio que nos acossa, nos deixa em estado de transe, de sítio, de alerta, de poesia? Nesses nossos dias velozes e superficiais, ninguém parece ter mais tempo para o tempo que a paixão exige. O mundo deveria se adaptar à paixão, e não o contrário”.
Bonito isso, né? Eu li no blog do Rodrigo Garcia Lopes, jornalista e poeta londrinense que conheci recentemente - lá em Londrina -, que é muito amigo de um grande amigo meu (o Carlinhos Loyolla) e que tem um blog chamado Estúdio Realidade. Rodrigo também edita a revista literária Coyote e tem vários livros lançados. Taí a dica.
E tudo isso por amor às causas perdidas. Perdidas?
Sempre tive ojeriza à arrogância superficial dos que “vencem na vida” e sempre fui simpático às bandeiras dos “injustiçados”. Tudo bem que nada é assim preto no branco, o Bem versus o Mal. Não há heróis e nem mocinhos. Não existe vilão 100% integral. Mas eu prefiro os mais a la izquierda, comprendes? Meio romântico isso, até. Mas é isso mesmo. Eu não sei quando aconteceu nem qual foi o motivo que tive para atravessar essa ponte, mas asseguro: não há volta. Quem possui essa chama de “rebeldia” (essa tendência para caminhar na contramão das convenções) não se incendeia por acaso e não se vende na primeira esquina. Se a ilha não se curva, tampouco o vento derruba o bambuzal. E tem mais: creio que essa capacidade de “desafinar o coro dos contentes’ ou “afinar o coro dos descontentes” é "pura dialética". E é, sobretudo, fundamental. Saudável, talvez.
Nem sei por que estou escrevendo essas coisas, mas leia esse texto:
“A paixão, como a poesia, não tem muito sentido num mundo regido cada vez mais por valores como Mercado e Sucesso. Pois a paixão não é um valor: ela é um bem, um talento, uma espécie de reserva ecológica da sensibilidade. Em nossos dias, a paixão virou artigo de luxo. A arte de padecer por um amor está se tornando tão exótica quanto a poesia, uma arte mais e mais restrita a iniciados, como o foram a falconaria, a numismática, a filatelia. Pois para o que serve esse negócio que nos acossa, nos deixa em estado de transe, de sítio, de alerta, de poesia? Nesses nossos dias velozes e superficiais, ninguém parece ter mais tempo para o tempo que a paixão exige. O mundo deveria se adaptar à paixão, e não o contrário”.
Bonito isso, né? Eu li no blog do Rodrigo Garcia Lopes, jornalista e poeta londrinense que conheci recentemente - lá em Londrina -, que é muito amigo de um grande amigo meu (o Carlinhos Loyolla) e que tem um blog chamado Estúdio Realidade. Rodrigo também edita a revista literária Coyote e tem vários livros lançados. Taí a dica.
E tudo isso por amor às causas perdidas. Perdidas?
6 Comentários:
Ohha demais o texto
Acho que atravessamos essa ponte ha muito tempo,amico, e confirmo, nao tem volta.
Fiquei pensando pensando...
pelo menos nao to nesse mundo sozinha
Sao perdidas ou nao perdidas
que confusao...confusao..
Muito bom o texto, como sempre!
Realmente não tem volta. Mas, era pra ter? Não, é bem melhor assim.
Você é um romântico, em muitos sentidos, mas um do tipo pessimista (ou seria realista?).
Parabéns pelo texto, parabéns por reavivar o blog!
Beijos
Este comentário foi removido pelo autor.
É dom, te envio aquela célebre frase de um velho conhecido nosso:
- Você insiste em ficar fora dos padrões!
Como o sempre o texto vai na veia, né... Gostei muito. Eu vou e volto nessa ponte de que fala, mas nunca sei de que lado estou. Acho que nos parecemos nisso. Ter simpatia por certas figuras é um pouco diferente de ser estas mesmas figuras. Destoar é sempre necessário, mas com glamour, baby! Qual história você gostaria de protagonizar?
Obrigado pelos comentários. Bom ver os amigos por aqui.
Perdidas ou não, velhas causas andam causando alguma coisa lá no fundo do peito.
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